sexta-feira, outubro 15, 2010

Já me disseram que eu não veria o Sol
E já disseram que jamais sentiria o vento.
Já me fizeram acreditar que o Tempo me destruiria
E que minhas mãos jamais me salvariam.
Já sangrei em nome da Fé
E já morri em nome do Perdão.
Já me perdi por buscar a Perfeição,
Já me obriguei a aceitar a Hipocrisia,
Já guerreei contra os Anjos de Luz
E já bajulei os Demônios da Perdição.
Já fui enganada e já me permiti enganar.
Já me explicaram que mentir é errado,
Mas omitir é humano
Ainda que magoe tanto quanto.
Já me obrigaram a sorrir e fingir ser feliz.
Já queimei mihar mãos ao tentar me Libertar,
E já destrocei meu coração ao acreditar na Paz.
Já tentei esconder minhas lágrimas
E implorar aos Céus pela rendição.
Já conheci a Culpa e já a carreguei comigo.
Já fiz a Solidão de companheira
E já sofri com o som do Silêncio.
Maas eu já até matei a dor
Entregando a Culpa que eu carregava.
Fiz a Solidão chorar pelo Tempo que ela me fez sofrer.
Fiz o Sol luzir ao unir Anjos e Demônios.
Menti para o Vento para que ele destruisse a Hipocrisia.
E já usei minhas mãos para lacrar a boca do Silêncio.
Mas eu fingi ser a Perfeição e não enganei os Céus.
Me apossei do Perdão e não obtive Paz.
Sequei minhas lárimas e não me vi sorrir.
Reconstruí meu coração e isso não me trouxe Fé.
Estanquei meu sangue mas isso não me fez renascer.
E entendi que nem toda Verdade leva à Salvação,
E que nem toda Mentira é condenada.
Entendi que eu posso criar minha própria Luz e minha própria Escuridão.
E que monstros são feitos de dor,
Ódio, de Poder
E a Paz, de Ilusão.

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